segunda-feira, dezembro 11, 2006

A verdadeira perda

Seria suposto vir aqui comentar alguma coisa acerca da nossa equipa ou do nosso grupo. Começo por pedir desculpa de fugir ao tema, mas permitam-me abrir aqui uma excepção no sentido de utilizar este espaço para partilhar com vocês uma experiência pela qual passei hoje depois do nosso jogo com o Aldeense.

Ao chegar a casa liguei o telemóvel, e verifiquei que tinha uma série de chamadas não atendidas, todas de colegas de trabalho. Tratando-se de um fim de tarde de domingo estranhei bastante esta situação e percebi de imediato que algo de importante tinha acontecido. Peguei então no telefone e liguei ao último número que tinha no registo de chamadas não atendidas. Recebi então a notícia de que um nosso colega e amigo tinha falecido num acidente de automóvel na noite anterior.

A consternação, a impotência para fazer o que quer que fosse e o vazio pela perda de um amigo, colega e companheiro de “luta” foram os primeiros sentimentos que me “assaltaram”.

Depois de desligar o telefone fiquei a pensar como aquelas que no contexto profissional, seriam as nossas preocupações comuns na manhã de 2.ª feira, me pareciam naquele momento infinitamente irrelevantes face à perda de uma vida.

A sinistralidade rodoviária é uma tragédia contra a qual todos temos que lutar. Por ano perdem-se milhares de vidas em Portugal na sua maior parte jovens com toda uma vida pela frente que é abruptamente interrompida numa fracção de segundo. Quando nos toca mais directamente lembramos dos excessos que cometemos ao volante, muitas vezes a troco de nada. Se é certo que existem situações que estão fora do nosso controlo existem outras que representam um comportamento de risco que assumimos de consciência e que de certa forma podemos minimizar. Contra mim falo.

É perante situações como esta que percebemos como é efémera esta nossa passagem por aqui. Passamos o dia a dia em busca do sucesso e da fama, preocupados com coisas fúteis que nos alimentam o ego, mas que não são mais do pequenas conquistas do momento, em muitos casos são desprovidas de qualquer conteúdo ou relevância.

A perda de um amigo é algo que jamais vamos conseguir recuperar, mas quero acreditar que situações como esta são verdadeiros ensinamentos da vida que nos vão ajudar a crescer e a valorizar o que realmente é importante: Viver e aproveitar cada dia da nossa vida como se fosse o último, porque estar vivo é uma dádiva que nenhum de nós deve desperdiçar…

Até sempre António.

3 comentários:

Milharinha disse...

Um abraço solidário!

Pereira79 disse...

Um abraço solidário também da minha parte.

Anónimo disse...

a vida é mesmo assim companheiro... Nós (Sporting Clube Arcoense) na época passada perdemos um atleta\amigo nas mesmas circuntâncias depois de um jogo!! É nestes momentos de dor que percebemos que apenas estamos de passagem e a vida são apenas três dias...! Força companheiro...! Um abraço solidário da minha parte (atleta sporting clube Arcoense)